Compositor: Benjamin Biolay
Permanecemos, graças a Deus, à mercê
De um conífero
De um silêncio inédito
De uma única aventura amorosa
O Sol se senta, do lado errado do mar, que aventura, que aventura
Permanecemos, graças a Deus, à mercê
De um abrigo de ônibus
Não fique aqui, já se ouve
O sino do Angelus tocar
O Sol é bonito
Mais triste que o circo Gruss
Que aventura, que aventura
Permanecemos, graças a Deus, à mercê
De um mecanismo
De um copo de Campari
Da boa vontade da tripulação
Paris parece tão pequena quando a alcançamos
A nado, que aventura, que aventura
Flanamos, sentimos
Sentimos a chama singular
Ganhamos, perdemos
Perdemos o jogo, a grandeza
Permanecemos, graças a Deus, à mercê
De um amor sujo
De uma simples negativa
De uma vida ruim
De um mau momento
O silêncio é tão pesado
Quanto um porta-aviões que passa
Que aventura, que aventura
Permanecemos, graças a Deus, à mercê
De um sacrifício
De uma morte a crédito
De um preconceito nascido de um dano
O Sol escapa
Como um sabão que de repente desliza
Que aventura, que aventura
Flanamos, sentimos
Sentimos a chama singular
Ganhamos, perdemos
Perdemos o jogo, a grandeza
Permanecemos, graças a Deus, à mercê
De um Nembutal
Do teto descascado
Que observamos deitados
O Sol se foi
A neve cai sobre as lajes
Que aventura, que aventura
Permanecemos, graças a Deus, à mercê
De um poste de luz
De uma dor adormecida
De um spleen casto numa noite de inverno
A velhice inimiga
Resta a única pedra angular
Que aventura, que aventura
Flanamos, sentimos
Sentimos a chama familiar
Ganhamos, perdemos
Perdemos o jogo, a grandeza
Permanecemos, graças a Deus, à mercê
De uma faísca
Em algum lugar de Paris
No fundo do bar de um hotel
Na próxima vida
Sonho em permanecermos fiéis
Que aventura, que aventura
A grandeza, a grandeza, a grandeza